quarta-feira, 10 de março de 2010

A relação entre tipos de liderança e sucesso empresarial

O assunto liderança é um dos mais importantes quando se analisa o sucesso ou não de um empreendimento. Infelizmente, justamente por ser tão importante, escreve-se muita besteira sobre o assunto, deixando de lado conceitos de administração para dar lugar ao que chamo de “iuhús motivacionais”.

Do meu ponto de vista – formado a partir do que já estudei sobre o assunto – existem dois extremos de liderança: aquela em que o líder preocupa-se sobretudo com a missão empresa, buscando para isso formar uma equipe excelente, e aquela em que o ego do líder fala mais alto, um modelo batizado por Jim Collins de “um gênio com mil auxiliares”.

O segundo caso é fácil de exemplificar e vou usar o exemplo de Steve Jobs como referência. Para identificar se o modelo de liderança é deste segundo tipo, basta tentar imaginar como será o futuro da empresa quando esse líder morrer ou se aposentar. Se é algo difícil de se imaginar, então provavelmente estamos no segundo caso.
Embora seja mais procurado esse perfil de líder egocêntrico, que toma para si todas as responsabilidades e praticamente move a empresa com sua genialidade, acredito que o segundo modelo é uma garantia maior de sucesso ao longo prazo.

Liderando uma equipe

O tipo de líder que não aparece para o grande público, que forma uma equipe de excelência e exige alto padrão de qualidade – preocupando-se com a missão da empresa inclusive quando ele não estiver mais lá – é o que mais me agrada. Não que eu tenha algo contra auto-promoção, mas um indivíduo que coloca a empresa acima de si mesmo me parece estar mais talhado para o papel de líder.

Uma das grandes vantagens desse tipo de liderança é a formação de uma equipe de alta qualidade. Aqui serão procurados profissionais tão capazes ou mesmo mais capazes que o executivo principal, que mesmo sabendo disso não deixa de contratar por conta da possibilidade de ser ofuscado.

O modelo do gênio com mil assistentes também funciona, porém o fator risco é muito alto porque a empresa fica dependendo de apenas uma pessoa. E se ela bate o carro e morre num fim de semana qualquer?

O mais interessante disso tudo é que pesquisas científicas mostram que, baseados nos preços das ações durante longos períodos de tempo, os líderes que não aparecem tanto, que formam equipes e que vêm de dentro da própria empresa conseguem resultados muito superiores em relação aos líderes super-estrelas. Os dados podem ser encontrados em abundância no primeiro capítulo do livro Empresas Feitas para Vencer.